sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ESTRANGEIRO

Ah , se eu pudesse ser algo significante ou significativo
Vocábulos  me faltam
Ou  seria vocabulário
A mim tudo tão semelhante
Tão delimitado
Limitada
Não tenho limites
Queria fazer me entender
Como?
Ainda não me compreendi
Ainda não compreendi
Busco, busco
Busca incessante
Dolorosa e prazerosa
E o tempo passa
Implacável
E temo
Pelo que não entenderei
Pelos lugares que não apreciarei
Pela brisa que não tocará minha pele
Pelas músicas que nunca ouvirei
Pelo violão que deixarei de dedilhar
Pela literatura que ficará na estante intocada
Pelas bocas que nunca tocarei
Pelos pratos jamais saboreados
As culturas incompreendidas
Pelos filhos que não hei de parir
As mulheres que não poderei ser
O estrangeiro irremediável que espero
sempre haverá em mim.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

TARDES ENCANTADAS


Google imagens

Ainda que o sol, a brisa e a ponte
desponte no panorama envidraçado
Seguiremos entre o sonho e a realidade
do valioso momento do encontro.


Encontro de estrelas e mártires
das nossas próprias vidas
Sabemos que a virtude encontra a certeza
do que fomos e somos
Nas doces cascatas dos nossos sonhos vindouros


Eterna é a emoção amadurecida
De ter vocês ao meu lado
Se calo, conto tudo que sei
Se falo, recolho o que se esconde na mão
As partículas do passado enterrado
Nem tanto...
E as sementes plantadas por Deus
Só para mim...
Colhi amizades tão luzes
Que o divino e o real se encontram aqui
E a certeza do tempo se cala agora
A vida sorri inocentemente
Enquanto mulheres transbordam...
Transbordam em palavras e gestos
Quase um incesto...
Mas o pudor não se esconde na face
O som se revela
O tom se ameniza
E a poetisa desnuda o saguão


Elas amansam minha aflição
Mulheres ao cinco ventos
Sem lamento, só respiração


Marisa diz, o lago canta
E a ponte impassível descansa
Enquanto os braços
se guardam em abraços vitais.
                                                   ( Claudinez Barbalho)

Até o momento, todos os textos aqui publicados foram de minha autoria. Então recebi esse presente de uma grande amiga, mulher e escritora. Gostaria de tê-lo escrito e o sinto como parte de mim ou do meu universo, porque vivenciamos essas tardes encantadas juntas. E são muitas tardes e manhãs . Que dádiva! Ter um encontro de almas ,cotidianamente ,no trabalho. Esquecer de ir embora, querer ficar um pouco mais por conta de doces companhias " mártires das...próprias vidas". 
 

domingo, 27 de novembro de 2011

FOTOGRAFIAS


FOTOGRAFIAS




Fotografias
marcas que mostramos
de algo que não queremos nos desapegar, esquecer
ou quem sabe desconstruir?
Construimos a nossa maneira : idealizada, encantada,intocável.
Então fica melhor  estático ,
seguro em papéis que conservam o sorriso e
não revelam o indesejável.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

VIDA BOA










A sede ainda está em meu paladar

Sede de balbuciar, cantar

Sentir essa chuva

Beber dessa vida

Olhar esse verde que não tem fim

Ouvir essa gente que me faz contente

E matar a sede, sede

Sede de não sair desse estado de contentamento e encantamento

Com o belo e com feio

Com o perfeito e o inacabado

 Com o amante e o intocável

Sede de continuar cabendo nesse mundo

Para quem sabe um dia ser merecedora do paraíso

Sede de terra e de lama

De cama e de pijama

De rir até fazer pipi

De escrever desse jeito aqui.